terça-feira, 29 de setembro de 2009

Cap. 5 - As Baleias e as tartarugas marinhas



Sempre gostei de animais, sobretudo os de grande porte. Domesticar um cavalo exige uma habilidade e um grande respeito. E depois que ele fica amigo e confiante na pessoa, difícil imaginar a força que continua possuindo. Mas num leão não se monta e tampouco numa baleia. A jubarte atinge o peso de 30 toneladas, porém sua leveza e rapidez no oceano lembram a agilidade de um felino. Ela brinca, pula, se esconde, ressurge ao lado do barco, borrifa, espia, se joga de lado, de costas, bate com a cauda n'água como se fosse a palma de nossa mão. Quando está num grupo faz uma verdadeira competição acrobática.

Ignoramos o pedido de silêncio. Impossível não vibrar, gritar, aplaudir as enormes baleias em seus saltos e sopros. Elas chegam muito perto do barco, conferem o que está acontecendo e, conforme seu humor, dão um verdadeiro espetáculo ou simplesmente desaparecem na profundeza das águas atlânticas.

Fizemos dois passeios em alto mar. No primeiro o vento estava forte demais, e o susto foi maior que o prazer. Nada de baleias. Na segunda tentativa, a compensação. Céu azul, mar liso e muitas baleias por todo lado. É uma experiência singular, profunda, verdadeira e muito emocionante. As baleias existem e sorriem aos que se aventuram a visitá-las.

O Projeto TAMAR é outro grande marco da Praia do Forte. Criado em 1980 para proteger as tartarugas marinhas em extinção, hoje é uma referência internacional no processo de conscientização da população nativa e também dos visitantes. Acompanhamos a salvação de um filhote por parte de um mergulhador. O pequeno réptil estava agonizando numa poça de óleo na beira da praia quando chegou o socorro. Foi lavado, massageado e conduzido ao Projeto TAMAR para um tratamento. Acompanhamos o trajeto e acabamos fazendo amizade com a equipe. Visitamos várias vezes a tartaruguinha, que dia após dia estava mais serelepe. A ideia da equipe era de que nós a devolvêssemos ao mar, uma forma de agradecimento pela atenção que dispensamos. Não foi possível. Voltamos a Porto Alegre pensando nela. Hoje recebemos a notícia de que foi devolvida ao mar completamente recuperada.

Os saguis são outros habitantes que vivem soltos por toda a vila de pescadores que compõe a Praia do Forte. É mata atlântica, é o habitat dos símios. Às vezes aparecem em bandos, e até uma briga feia presenciamos por conta de um estranho que surgiu. Se não é da turma, não fica. Mas quando é, a festa é grande. E sabem a hora da exibição à máquina fotográfica. A decisão sempre é deles, não do fotógrafo.


Bruno Brum Paiva



Um comentário:

Manu disse...

Taí, quer ser meu agente de viagens??? hein?

No mais, viu que os pontinhos vermelhos no mapa pipocaram? Deve ser porque teu blog entrou no topo da lista de buscas do google.

Abraço.