domingo, 28 de março de 2010

Porto Alegre


Tanta coisa a celebrar e outro tanto a agradecer e engrandecer nessa maravilhosa cidade que é beijada por um rio dito lago. Porto Alegre do Guaíba que trouxe a gente que a fez nascer santificada e hoje é marca por trazer alegria em seu nome. Há um bairro Tristeza que é uma alegria e que apenas o rio separa de outro chamado Alegria e que não é triste. Guaíba, cidade do mesmo delta que tudo abraça e congrega até a ponta do farol que da pedra fez cantar o marco que denomina Lagoa dos Patos.
Porto Alegre é canto e encanta sua majoritária população forasteira que não quer outra terra adotar. Crepúsculo no Gasômetro, uma comunhão silenciosa a partir de vários ângulos até que a retina retenha a mais preciosa e precisa das alaranjadas despedidas de mais um dia outonal.
Bruno Brum Paiva

segunda-feira, 15 de março de 2010



Rebojo

Rabuja

Romero.





Rumina


Rajada


Rasante.




Rebojo,


Rude vento


Rompe horizonte.



Anoitece em fúria


Amanhece manso.





Bruno Brum Paiva

quarta-feira, 10 de março de 2010

Transeuntes

Serenatas nunca vãs
Elaborava aquela fauna
Rãs, corujas, grilos, mosquitos
Entoavam sinfonias lúgubres
Irmãos, primos, cunhados
A quem pertencia o canto desafinado?
Sereias perdidas na fúria do vento.


Arrancavam de si quaisquer angústias
Riam, choravam, amavam, sacudiam
Reproduzir o que a natureza tempera
Enevoadas pelo instinto matreiro
Baleias se comunicam cantando
Acrobáticas, não poupam voos
Talento sobra, espaço não falta
Arrebatavam com toda euforia.


Cenário azulado sublime
Ondas infindas, montanhosas
Na planura que beija outro mar
Dimensão comprimida no andar errante
Olhos de condor a desejar sereias, arrebatadas,
Ruminando cantos serenateiros sãos.



Bruno Brum Paiva

segunda-feira, 1 de março de 2010

Guardião

Muito já foi falado que ao morrer um homem morre um livro. E quando morre um homem que zelou 40 mil livros durante sua quase centenária existência? José Mindlin, uma lenda em forma de pessoa a cobiçar o universo que universaliza o pensamento em divindade humana. A memória literária brasileira agradece o legado.
Bruno Brum Paiva