- Acenda as velas!
O estrondo chega seco, quase junto ao piscar do relâmpago. Marina está assustada. Depois daquele, cada iminência de um temporal alimenta o trauma. "Tudo de novo, não"! Os olhos arregalados miram a cruz de sal sobre o prato branco, bendição repetida por sua mãe a cada prenúncio de tempo instável. A voz de dona Aurora sai desengasgada: “minha filha, vai passar. Acenda as velas, leia a oração e deite”.
Marina não teve tempo de seguir o materno conselho.
Bruno Brum Paiva
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