segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Simpatia de Benzedeira

               



        











            - Acenda as velas!
      O estrondo chega seco, quase junto ao piscar do relâmpago. Marina está assustada. Depois daquele, cada iminência de um temporal alimenta o trauma. "Tudo de novo, não"! Os olhos arregalados miram a cruz de sal sobre o prato branco, bendição repetida por sua mãe a cada prenúncio de tempo instável. A voz de dona Aurora sai desengasgada: “minha filha, vai passar. Acenda as velas, leia a oração e deite”.
       Marina não teve tempo de seguir o materno conselho.


                                     Bruno Brum Paiva        


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