sábado, 12 de maio de 2012

Porto Alegre Transmutada



                              VII Bienal do Mercosul - Armazém A7

        
        
              Há quem diga que a Porto Alegre de hoje não é mais a mesma. Desconheço a que tempo pertenceu essa cidade que a cada dia apresenta uma surpresa, uma possibilidade, um ângulo a descortinar no grande palco por entre morros e o esplendoroso Guaíba rio que não se reconhece  lago.

           Desde os primeiros dias senti a cidade como um organismo vivo que nos envolve, abraça e impulsiona. Os eventos de todos os matizes, desde o carnaval espontâneo da Cidade Baixa ao desfile galante no Sambódromo, o acampamento Farroupilha, a Feira do Livro, a Bienal do MERCOSUL, o multicolorido interdisciplinar Fórum Social Mundial e tantas outras composições que bem dimensionam a equalização dessa cidade que ora é cosmopolita, ora é província. A mesma cidade que sediará jogos da próxima Copa do Mundo ainda permite tomar chimarrão nas calçadas em longas conversas com vizinhos. Recebemos remanescentes Beatles e, no entanto, ainda somos chamados pelo nome nas bancas do mercado público. Se pilas na hora não temos, não é incomum levarmos o produto e acertarmos o valor na próxima compra, pois quem compra no mercado público volta sempre para tomar aquele caldo enquanto pensa que guloseimas  para casa levar.

         Na Rua da Praia encontramos amigos, artistas, sujeitos de todo verbo que da cidade são construtores, pois o que seria de todos nós sem os tipos humanos que lapidam a alma dessa metrópole com cara de casa da gente e que se chama Porto Alegre? Ela não é a mesma porque é cada vez melhor.

                                                                            Bruno Brum Paiva  
   

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