Navegar pelo Guaíba
sempre foi meu deleite. Cada vez que subo num barco para singrar por entre as
ilhas do delta descubro mais recantos dessa metrópole amada. Visualizar o
cenário da cidade que se afasta até avistá-la da outra margem, silenciosa, como
se o mar de pedras falasse o que sentimos.
Guaíba, teimoso rio
que não se batizou lago, banha Porto
Alegre e Viamão por aqui; lambe as areias de Eldorado do Sul, sua homônima
Guaíba e Barra do Ribeiro do lado de lá. Rio que abraça enseadas, morros,
praias e chácaras, rio que oferece grandes navegações e tangencia uma
misteriosa ilha, que perpendicula uma hermosa
ponte e que é palco, seja no Gasômetro, Assunção, Ipanema ou Praia do Cachimbo,
do crepúsculo mais alaranjado e majestoso do sul do planeta.
O mais novo
transporte fluvial denominado catamarã possibilita-nos uma viagem muito rápida
ao primário destino, mas essa mesma rapidez nos reconduz ao mercado público e
sua fartura, ao muro lapidado em cores por Danúbio Gonçalves, aos simpáticos
cães do cais, às elegantes garças da doca, às caçadoras gaivotas que planam as
águas desse rio que banha muitas terras e sempre alegra o nosso porto.
Bruno Brum Paiva
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