Pergunto se aquele coco é para vender. Ele responde que não, que apenas limpa o coqueiral para não cair seus frutos em cima das casas com o vendaval dessa época do ano. E os cocos? Eles ficam aí para quem quiser, pois esse coco grande ninguém compra. Coco do chão é do mundo, não tem dono não.
x-x-x-x-x-x-x-x
Raimundo
É do coco, é do mundo
facão laminado na mão ligeira
limpa o coqueiral, alisa o cabo
a mata inteira é do Raimundo.
Raimundo mede o coqueiro com o olhar
sabe quantas braçadas necessita
para alcançar o apinhado cacho.
Tá por nascer coqueiro que eu não suba.
Nativo compra não o coco que bebe
só bebe o que encontra no chão
coco do chão é do mundo, tem dono não
fica solto para quem quiser levar
o que tá no chão é do mundo.
Bruno Brum Paiva
Um comentário:
Isso é do artista.....ou o artista é isso: escrever o outro, o diferente de forma verossímil.
Postar um comentário