VII Bienal do Mercosul - Armazém A7
Há quem diga
que a Porto Alegre de hoje não é mais a mesma. Desconheço a que tempo pertenceu
essa cidade que a cada dia apresenta uma surpresa, uma possibilidade, um ângulo
a descortinar no grande palco por entre morros e o esplendoroso Guaíba rio que
não se reconhece lago.
Desde os
primeiros dias senti a cidade como um organismo vivo que nos envolve, abraça e
impulsiona. Os eventos de todos os matizes, desde o carnaval espontâneo da
Cidade Baixa ao desfile galante no Sambódromo, o acampamento Farroupilha, a
Feira do Livro, a Bienal do MERCOSUL, o multicolorido interdisciplinar Fórum
Social Mundial e tantas outras composições que bem dimensionam a equalização
dessa cidade que ora é cosmopolita, ora é província. A mesma cidade que sediará
jogos da próxima Copa do Mundo ainda permite tomar chimarrão nas calçadas em
longas conversas com vizinhos. Recebemos remanescentes Beatles e, no entanto,
ainda somos chamados pelo nome nas bancas do mercado público. Se pilas na hora
não temos, não é incomum levarmos o produto e acertarmos o valor na próxima
compra, pois quem compra no mercado público volta sempre para tomar aquele
caldo enquanto pensa que guloseimas para
casa levar.
Na Rua da
Praia encontramos amigos, artistas, sujeitos de todo verbo que da cidade são
construtores, pois o que seria de todos nós sem os tipos humanos que lapidam a
alma dessa metrópole com cara de casa da gente e que se chama Porto Alegre? Ela
não é a mesma porque é cada vez melhor.
Bruno Brum Paiva