Serenatas nunca vãs
Elaborava aquela fauna
Rãs, corujas, grilos, mosquitos
Entoavam sinfonias lúgubres
Irmãos, primos, cunhados
A quem pertencia o canto desafinado?
Sereias perdidas na fúria do vento.
Arrancavam de si quaisquer angústias
Riam, choravam, amavam, sacudiam
Reproduzir o que a natureza tempera
Enevoadas pelo instinto matreiro
Baleias se comunicam cantando
Acrobáticas, não poupam voos
Talento sobra, espaço não falta
Arrebatavam com toda euforia.
Cenário azulado sublime
Ondas infindas, montanhosas
Na planura que beija outro mar
Dimensão comprimida no andar errante
Olhos de condor a desejar sereias, arrebatadas,
Ruminando cantos serenateiros sãos.
Bruno Brum Paiva